MARCIA-1Após confirmar, em reunião fechada com vereadores, a existência de superfaturamento na compra de medicamentos dentro da Secretaria de Saúde de Serra Talhada, a responsável pela pasta, Márcia Conrado, recuou. Falando à rádio A Voz do Sertão AM, nesta quarta-feira (26), ela usou de um eufemismo para dizer que, na revisão de alguns contratos, seria possível negociar com distribuidoras que ofertassem valores mais baixos, visando uma economia de preços.

Indiretamente, Márcia Conrado sinalizou que certos contratos com a Secretaria de Saúde foram, de fato, firmados com valores muito altos. Mas que agora, segundo ela, não quer dizer que estivessem superfaturados.

“Veja só, eu queria deixar claro que, em momento nenhum foi falado de superfaturamento em nenhuma compra, o que aconteceu foi o seguinte: analisando todos os contratos que existem na secretaria a gente reviu, que em alguns, a gente pode diminuir as despesas. Então, o da farmácia foi um dos que a gente sentou para ver uma questão de preço”, amenizou.

Indagada sobre o início de uma investigação, a secretária concordou que o momento agora é de esperar os acontecimentos frente à possibilidade de uma ação, por parte da Justiça, que deverá apurar as denúncias.

“Eu queria por um fim nisso, pois enquanto secretária do município eu vou, sim, atrás de diminuir as despesas, tanto com pessoal, quanto com gastos de água, de energia, como algumas viagens que estão sendo realizadas sem necessidade, a gente está cortando o supérfluo para oferecer à população uma saúde de melhor qualidade”, defendeu Márcia Conrado.

FIQUE POR DENTRO DO CASO

No início da semana, o vereador Gilson Pereira (PSD), líder da oposição, utilizou a tribuna da Câmara para denunciar um esquema de superfaturamento na compra de medicamentos em operações realizadas na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) (relembre). De acordo com o vereador, o fato foi revelado pela própria secretária Márcia Conrado, semana passada, em conversa a portas fechadas com os parlamentares.

Ainda, de acordo com Pereira, as supostas irregularidades teriam sido praticadas durante a gestão do ex-secretário de Saúde, Luiz Aureliano, num suposto esquema que teria beneficiado a empresa JJ Distribuidora de Medicamentos.

Aureliano, por sua vez, negou qualquer envolvimento afirmando que não era responsável pelas licitações realizadas dentro da Secretaria de Saúde (relembre). Tanto vereadores governistas como os da oposição defendem o início de uma ampla investigação e garantem que irão acionar o Ministério Público (relembre aqui e aqui).