ESTUDANTES E PÁTIO DA FEIRA 009Após a reclamação dos donos de lanchonetes existentes no pátio da feira livre de Serra Talhada, contra a recomendação do MPPE (Ministério Público de Pernambuco) que pede a proibição de venda de bebidas alcoólicas no ambiente, o promotor de Justiça, Vandeci de Souza Leite, explicou que a medida visa, principalmente, evitar a prostituição infanto-juvenil. Falando à Rádio Cultura FM, nesta segunda-feira (15), o promotor explicou que o MPPE vem recebendo muitas denúncias dando conta da prática de prostituição na localidade, acompanhada de alto consumo de maconha, crack e álcool.

“O Ministério Público vive de demandas. Houve uma demanda da sociedade e do município com relação à venda de bebida alcoólica no Pátio da Feira, na Praça de Alimentação e no Mercado Público. Essa venda indiscriminada de bebida alcoólica está atrelada com uso de outras drogas, como maconha e crack, e resulta num aumento de violência no nosso município. Portanto, a iniciativa do Ministério Público é minimizar essa situação e esses altos índices de criminalidade combatendo diretamente a venda de bebidas à crianças e adolescentes, como tivemos notícia de que estava acontecendo na Praça de Alimentação a prostituição infanto-juvenil”, denunciou.

Veja também:   Avó é investigada após denunciar falso sequestro da neta de 1 ano

Semana passada, o FAROL foi acionado pelos comerciantes do pátio da feira. Muitos reclamaram que a proibição da venda de bebidas iria afetar substancialmente o lucro dos estabelecimentos. Os donos pediram ajuda da prefeitura para intermediar o impasse. Mas, na recomendação do MPPE, o poder municipal é o órgão que deve fiscalizar e combater a venda de bebidas alcoólicas no pátio da feira e mercado público.

“Determinamos que o município cumprisse com a legislação para fiscalizar e coibir essa venda, pois verificamos no local que o consumo excessivo de bebida alcoólica, principalmente a cachaça, atrelada ao uso de drogas, como o crack e a maconha, estavam resultando no afastamento das pessoas de bem que procuravam aquela Praça de Alimentação. Nossa meta não é para prejudicar comerciante de forma alguma”, argumentou o promotor, sugerindo um saída:

Veja também:   Mulher é assassinada dentro de sua casa

“Se houver a necessidade para prolongar o prazo para se conversar com o poder legislativo do município, o poder executivo e os feirantes, esses comerciantes, a gente pode sentar, conversar e chamar para a discussão de novos prazos, estabelecer um projeto e procurar o melhor para a sociedade de Serra Talhada”.

AUDIÊNCIA COM A CÂMARA DE VEREADORES

De acordo com a promotoria, a Câmara de Vereadores de Serra Talhada solicitou uma audiência com o MPPE para tentar encontrar uma solução que não prejudique tanto os comerciantes e nem feche os olhos para o crescimento da criminalidade no ambiente da praça de alimentação da Feira Livre de Serra Talhada.

“Fui informado que o presidente da Câmara de Vereadores, o vereador Zé Raimundo, solicitou uma audiência com o Ministério Público. Então nós vamos ouvir o poder legislativo municipal, vamos ouvir a sociedade, vamos ouvir o poder executivo municipal, que foi um dos envolvidos que demandou essa iniciativa do Ministério Público. Vamos estabelecer metas, estabelecer compromissos para que possamos, de alguma forma, minimizar o problema da criminalidade naquela localidade. E a criminalidade começa justamente com o consumo excessivo de álcool, de drogas e que podem resultar exatamente em violência. E é isso que queremos combater”, ponderou Vandeci de Souza Leite.