pascoaNas últimas 48 horas sofri um verdadeiro choque do capitalismo. Fui bombardeado por  um propaganda insistente que tentou me transformar num cidadão voraz de ovos de chocolates. Um verdadeiro glutão. De nada adiantou a tentativa de mudar de canal… a tática era a mesma. De quebra, levei um susto quando um apresentador global disse que esperava o Domingo de Páscoa para reunir a família e procurar os ovos de chocolate escondidos pela casa. O que estamos fazendo com os nossos símbolos?

Neste período, não faz muito tempo, o olhar era outro. Sou do tempo em que na Sexta-Feira Santa meu pai ligava a radiola ‘ABC A Voz de Ouro’ e sintonizava na Paixão de Cristo nas ondas do rádio. Neste dia, as emissoras não costumavam tocar qualquer música que não levasse a reflexão sobre a morte e ressurreição de Cristo. No século 21, me assustei quando em plena ‘paixão’ escutei o ‘lepo-lepo’.

Ah, mas os tempos são outros. Exato. Não tem como retornar. Mas os símbolos são os mesmos. Sou da geração 60 com muito orgulho. Tempos em que os abraços eram mais valorizados, o desejo em obter a benção dos pais era mais sagrado. Enfim, tempo com menos marketing e mais solidariedade.

Interessante que todas as vezes que parto para este tipo de reflexão me sinto cada vez mais fora de circuito. Estou me tornando ‘careta’ e ultrapassado? Já me tornei parte de um museu de grandes novidades? Sou espécie em extinção? Ufa! o que nos reserva os próximos vinte anos, quando se vence o meu prazo de validade?

Neste Domingo de Páscoa, desejo a todos que a verdade do Cristo libertador quebre os grilhões e todas as amarras que impedem cada um em se transformar num ser humano melhor. Menos ovos de chocolates e menos coelhinhos. Mais Jesus Cristo na vida de cada um de nós.

Feliz Páscoa para todos!