VOTOPor Jorge Apolônio, policial federal e membro da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

Você tem algum vício? O da leitura é bom. Mas o que se quer aqui é falar sobre o vício da política. Tem gente que, uma vez que entra na política, não larga mais. Vejamos o caso de nossa cidade.

Agamenon Magalhães entrou e só largou quando morreu. O mesmo fez Argemiro Pereira.

Inocêncio Oliveira só largou a vida parlamentar, mas não a política, porque já se vê à beira da morte. É só atentar para o seu discurso com ar fúnebre de despedida da câmara.

Geni Pereira adulou o eleitorado serratalhadense por eleições diversas, sendo eleito e reeleito vereador e depois prefeito, quando decepcionou o eleitorado e não emplacou mais um cargo, mas continua ativo no vício.

Augusto César entrou nessa vida e não demonstra desejo de largá-la, mesmo depois de decepcionar seu eleitorado por não pagar seis meses de salário, quando prefeito, ou por aliar-se a Inocêncio, seu arqui-rival, em campanha derrotada por Carlos e Luciano.

Carlos Evandro, o homem dos recursos próprios, né, meu fii?, depois de ser vice-prefeito, prefeito e eleger seu vice como sucessor, magoado o criador com sua criatura, agora articula para eleger sua esposa, Socorro Brito, como prefeita, ela ex-secretária de saúde na gestão do marido.

Luciano Duque, um petista oPortunisTa e não de carteirinha, após ser vice de Carlos Evandro em duas gestões, foi eleito prefeito com o apoio de seu antecessor em cujo prato em que comeu cuspiu, gerando todo um clima de desafeto.

Já Sebastião Oliveira, herdeiro político de Inocêncio, como se não bastassem as várias eleições que ganhou, agora quer emplacar no mercado eleitoral de Serra Talhada o irmão Waldemar Oliveira, um rapaz que leva uma vida sossegada no Recife e nem sonhava com nossa terra.

Aqui nem se vai falar nos políticos que só disputam o cargo de vereador que, com alguma variação, são sempre os mesmos eleitos.

É proibido gostar de política? Claro que não. É salutar. Não se quer aqui pregar o preconceito contra os citados. Mas, se não estamos satisfeitos com o desempenho desses que estão aí, é preciso renovar o quadro.

É preciso desencastelar esses viciados e arejar o quadro político serratalhadense com outros nomes fora desses grupos já manjados. Quem se habilita? Já passou da hora do eleitorado de Serra Talhada parar de alimentar esses viciados. Está na hora de eles procurarem uma “lavagem de roupa”. Os políticos e as fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo, já dizia o escritor Eça Queiroz.