Martelo-da-Justiça2Por Luciano Menezes, Professor com Pós Graduação em História Geral e do Brasil

Observando a decisão atual do TJPE, que coercitivamente agiu desfavorável aos professores, apontando a greve como ilegal; uma atitude já esperada por qualquer indivíduo que tenha o mínimo de conhecimento histórico. Nesse combate imoral: Justiça versus o professor assalariado do baixo escalão, analisamos:

A priori, aqueles que exercem qualquer tipo de trabalho em troca de um valor salarial, são considerados como assalariados. Inclusive, desembargadores, juízes, promotores e outras figuras da esfera social. Mas, é relevante destacar que, alguns poucos assalariados, fazem parte das categorias que não terão seus salários enfraquecidos com o decorrer do tempo. Esse não é o caso da grande maioria, sobretudo, os professores do Estado de Pernambuco.

Nesse quadro, semelhante aos escravos alforriados são os modernos assalariados; essa grande proporção de trabalhadores que recebem em troca de seus serviços, o mínimo possível para sobreviver. Mas, caso os professores, enquanto categoria assalariada recuse receber esse valor ínfimo de fome, o rei despótico, na esfera maior, fará suas perseguições tirânicas, reforçado pelo aprisionamento condicional de seu “exército” de contratados, subjugados e oprimidos com ameaças direta e indireta.

Imaginamos agora, se a tirania do rei subalterniza e manipula os órgãos que você imagina caracterizar isonomias sociais; assim, os embustes como: TJ, MP, TRE, TRT e tantos outros órgãos, não passam de mecanismos burocráticos, que contribui para tornar o assalariado cada vez mais dócil e obediente nos formalismos. Nessas castrações das criticidades e das refutações, caminhamos para construir, como desejava Rockefeller, uma nação de trabalhadores incapaz de pensar, em detrimento de uma nação de intelectuais – “Gloriosa” nação, composta em sua maioria, de braçais.

E, para um despertar dos assalariados, lembramos a concepção de justiça em Platão, onde ela significa à conveniência do mais forte; logo, a lei não é outra coisa senão os interesses dos mais poderosos, ela consiste em fazer o que é mais proveitoso para os donos desse poder. Esses donos estão sempre lhe fazendo engolir conceitos de liberdade, de justiça, de direitos e etc. O governante engordará o seu rebanho, não para benefícios das ovelhas, mas para o seu próprio proveito. Desse modo, Foucault não traz nada de novo, quando afirma que os tribunais e a justiça possuem a alma e a ideologia burguesa. Logo, seria demasiadamente ingênuo esperar que qualquer figura dogmática da justiça, não amordaçasse uma classe de assalariados, sobretudo, das esferas mais fragilizadas.

O que podemos esperar dos fantoches legalistas da esfera judiciária nessa questão “justiça versus assalariados”? Quais os benefícios que pode emanar dos privilegiados de cima – Dos assalariados de colarinhos e gravatas?  O que esperar também, dos “representantes” parlamentares ou do executivo? A pior medida possível é o que se deve esperar. Desse modo, é interessante que se destaque as palavras sábias de Thoreau: “tais homens não merecem respeito maior que um espantalho ou um monte de lama – valor de cães”.

Por fim, justiça com princípio ético-político sugere uma sociedade de indivíduos projetados para acatar, amordaçado, as ordens que vêm de cima. Dentre elas, que todo assalariado tenha uma mentalidade que não ultrapasse a capacidade de exercer uma mera tarefa burocrática de escritório.