opiniaoEugênio Marinho, colunista do FAROL e empresário

O povo sabe o que quer, só não encontra.

Mais uma vez as pesquisas mostram que 63% dos eleitores não votam no governo, desejam mudança. Dos que votam no governo, outros tantos porcento votam por causa do programa bolsa família, ou seja, é muito baixo o índice daqueles que votam no governo por identificação com este.

A mudança está eleita e se acompanhada da certeza a milhões de eleitores, que ela não atingirá o programa bolsa família, ou se o atingir será para melhorá-lo, estará eleita com extrema folga. Assim, o cenário para o governo é altamente instável.

Por outro lado, para a oposição, o cenário não é fácil, como se poderia imaginar diante do enorme desgaste do atual governo, pois o eleitor não ver nela, pelos menos nos nomes oficialmente postos, a mudança desejada, além da incerteza difundida pelo governo quanto a manutenção do programa bolsa família caso este perca.

Estas pesquisas mostram que quem tem maior escolaridade já concluiu que o modelo do atual governo não tem soluções para os nossos graves problemas, pois em doze anos só apresentou paliativos para eles. Por outro lado, quem depende do bolsa família para afastar a miséria absoluta, tem medo de perdê-lo e neste caso o medo da fome é um forte cabo eleitoral.

Entre a razão e a fome, a política brasileira vai vencendo a lógica matemática, e o desejo de 37% pode por em risco o desejo da enorme maioria de 63%. É preciso que a oposição, sente, converse e reveja sua estratégia, esta é uma questão de lógica matemática.

Dizendo ser a mudança que o povo deseja, mas sem assim ser vista por ele, a oposição como está posta pode ser sua principal vítima e também não mudar sua situação, ou seja, continuar sendo oposição por mais quatro anos. Pior, é muito ruim para o Brasil e para a democracia que o desejo da maioria sucumba diante daquele da minoria, principalmente tendo parte desta manipulada.

A oposição precisa de um líder, mas tem apenas vários candidatos. O povo sabe o que quer, só não encontra nestes candidatos o líder que procura. Um líder, que para tentar ganhar não se junte com qualquer uma das nossas conhecidas e contraditórias figuras da política, isto, o governo já faz.