paulo césarPor Paulo César Gomes, professor e escritor serra-talhadense

Periodicamente se discute em Serra Talhada a necessidade da instalação de um IML, a reforma do terminal rodoviário, a implantação de uma Delegacia da Mulher, a mudança no trânsito, um projeto para a revitalização do Rio Pajeú. No entanto, todas essas reivindicações são levantadas no momento em que se enaltece o prestígio político da cidade, o que acaba gerando inúmeras perguntas frente a essa enorme contradição. A primeira coisa a ser feita é entender que Serra Talhada não tem atualmente um grande líder político. Isso inclui o deputado Inocêncio Oliveira – que já anunciou aposentadoria – que perdeu o comando PR no estado. Justo ele que a bem pouco tempo controlava com “mãos de ferro” um grupo político com prestigio regional e que se dava ao luxo de fazer e desfazer de aliados e adversários.

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Essa visão sobre o quadro municipal será comprovado quando analisarmos os resultados das últimas eleições, na qual vários forasteiros foram muito bem votados, porque a população está insatisfeita com a “prata da casa”, deixando um recado direto aos ditos “líderes”. Liderança que não atende aos anseios do povo e não consegui transferir votos, não têm o poder e o controle que imagina.

O primeiro que deve começar a repensar a sua postura é o deputado Sebastião Oliveira (PR) que apesar da expressiva votação – graças a grande rejeição a gestão de Luciano Duque e por ter sido identificado como o principal nome de oposição ao prefeito -, só transferiu cerca de um terço dos seus votos para seu candidato a estadual Rogério Leão. Assim como o ex-prefeito Carlos Evandro que não conseguiu transformar o seu prestígio em votos para Marinaldo Rosendo e Lucas Ramos. Se não mudarem de estratégia e de postura, tanto ‘Sebá’ como ‘Carlão’ terão dificuldades para emplacar os nomes de Waldemar Oliveira e Socorro Brito para a disputa em 2016.

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A avaliação também se estende ao prefeito Luciano Duque que só conseguiu acrescentar 3 mil votos a mais na votação do deputado Manoel Santos em relação a 2010. Mesmo contando com todo aparato da máquina municipal, o prefeito vem sofrendo muito com o peso da cadeira que ocupa e não consegue se firmar como uma expressão política local e nem tão pouco regional.

O deputado Augusto César também precisa refletir com urgência a trajetória de declínio gradual que vem sofrendo a cada eleição, além de justificar porque não consegue transferir nem a metade dos votos que tira, para os candidatos que alternadamente apoia para deputado federal.

Se Luciano e Augusto não deixarem de lado a teimosia, a centralização das iniciativas políticas e a inconstância no discurso, irão naufragar em 2016 em pontos distintos do oceano político. Porque, nem Luciano se reelege sozinho e nem Augusto banca uma campanha majoritária com uma chapa própria.

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Já com relação a Marquinhos Dantas é preciso verificar com calma os fatores que o levaram a receber uma expressiva votação para deputado estadual, até porque ele ainda não possui um grupo político. E, enquanto ninguém desponta como grande líder, a população sofre com os diversos problemas estruturais e sociais que a cidade enfrenta.

Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!