Giovanni Filho

Giovanni Filho é jornalista e mestrando em comunicação

O ano legislativo na Câmara Municipal de Serra Talhada (CMST) vai começar na próxima semana e ninguém teve coragem de encarar o posto de líder da oposição na Casa Joaquim de Souza Melo. O cargo continua vago após o vereador Gilson Pereira (PSD) anunciar, no início do mês, que não enfrentaria mais o peso da cruz de falar em nome do bloco que tem como missão fiscalizar as ações do prefeito Luciano Duque.

Mesmo após convocar reunião com alguns vereadores da oposição, em Recife, o secretário Sebastião Oliveira parece que ainda não conseguiu encaixar direitinho as suas peças no xadrez político local, o que reflete-se na ausência de um remédio tático que cure os oposicionistas do mal do “cada um por si”, que ainda ameaça imperar.

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Em recente entrevista à rádio Cultura FM, o vereador Leirson Magalhães (PSB) confirmou que a vacância no posto de líder da oposição sequer foi debatida na reunião em Recife. O socialista demonstrou-se mais preocupado com a possibilidade de assumir o cargo de 2º secretário na mesa diretora da Casa recuando, assim, da postura de assumir o título publicamente.

“Ainda não nos reunimos sobre este assunto porque eu sou candidato à mesa diretora como secretário com a saída de Márcio Oliveira (que aderiu ao governo), como segundo secretário. Temos que ver o regimento interno pra ver se o segundo secretário pode ser líder da oposição. Mas não discutimos esse assunto ainda”, confirmou Leirson Magalhães, deixando a peteca cair.

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Em tese, restaria a Cição, Vera Gama e ao conciliável Pinheiro de São Miguel se pronunciarem. Porém, diante tanta incerteza, a oposição abre mais um flanco para a engenhosidade governista. Não seria surpresa assistir a Luciano Duque atacando de bastidores como um Creonte emplacando o amigável Pinheiro, do PTB, no posto de Antígona na Câmara Municipal.

No final do espetáculo, o prefeito-sorriso teria, na prática, um líder da oposição “a seu favor”, já que Pinheiro faz parte de legenda alinhada aos projetos do PT em âmbitos estadual e nacional. Duque pode ainda fechar as cortinas da última cena emplacando o vereador Barbosa Neto, do rival PSB, para defendê-lo como líder do governo na Casa. Eis um flagelo político que até Sófocles iria aplaudir.

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