O sonho da casa própria começa a ficar distante para muitos serratalhadenses que vivem de aluguel e tinham no programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, a “tábua de salvação”. O problema é que, um dos requisitos para quem foi sorteado no programa, é estar com o nome limpo nos cadastros do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) e no Serasa.

Em Serra Talhada, cresce o números de pessoas que podem perder a casa por não  quitar antigas dívidas. A dona de casa Cilene Bezerra de Oliveira, que reside no bairro da Borborema, é o retrato deste cenário e vive hoje um drama pessoal. Em 2008, ela contraiu o empréstimo no Bradesco, no valor de R$ 800, e  como não conseguiu pagar, foi inscrita no SPC. “O problema é que o banco está me cobrando agora R$ 5 mil. Como é que pode? Tenho cinco filhos e vivo do Bolsa-Família. Estou desesperada e não sei o que fazer. Não posso perder esta casa”, reclama Cilene Bezerra, em conversa com o FAROL.

Ela relatou que já procurou a agência para tentar renegociar a dívida. “Eles querem que eu pague R$ 500 de entrada. Mas ganho apenas R$ 140 do Bolsa-Família e não tenho este dinheiro”. A história da dona de casa virou rotina. Segundo Katiana Carla, coordenadora do programa em Serra Talhada, várias casos idênticos já foram revelados. “Mesmo assim, recebemos a documentação e  enviamos para a Caixa Econômica Federal (CEF). Mas é um impedimento, sim. O sorteado não pode ter o “nome sujo”. Agora, acho que a dona Cilene deve procurar consultar o Ministério Público com relação a cobrança de juros pelo banco”, aconselhou a coordenadora.