confusaoA campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff chegou à conclusão de que há poucas chances de obter mais apoiadores daqui até o dia da votação, no domingo que vem, dia 26, razão pela qual não pretende abandonar os ataques ao adversário Aécio Neves.

Com isso, o comitê petista espera aumentar a rejeição do adversário, reduzindo suas chances. A tática da vitimização, já ensaiada no final da semana passada com discursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também será explorada.

A própria Dilma entrou no assunto neste domingo, 19, antes do debate da TV Record. Disse que Aécio precisa “aprender a respeitar as mulheres”. “Com mulher não pode ser assim”, disse. Na internet, o comitê de Dilma lançou a campanha “Mais Dilma, Mais Amor”, na qual combate o “ódio eleitoral” e usa como exemplos casos de petistas agredidos nas ruas por tucanos nas últimas semanas.

Os petistas tem uma preocupação especial com o debate da TV Globo, nesta sexta-feira, que classificam como decisivo. “Sempre tem aquele impacto”, diz o presidente do PT, Rui Falcão.

Enquanto isso as propagandas na TV e principalmente no rádio e na internet continuam divulgando denúncias contra Aécio. Ontem, um texto sobre a “dificuldade de Aécio em respeitar as mulheres” teve destaque especial na página da campanha da petista na internet.

TUCANOS

Diante da constatação de que a campanha de Dilma Rousseff está focada em ampliar os índices de rejeição de Aécio Neves, os tucanos tentarão nos últimos dias da disputa empurrar para a presidente o ônus de ter baixado o nível nos debates e na propaganda eleitoral.

Ao mesmo tempo, reforçarão o discurso de que o candidato tucano e seus familiares são vítimas de ataques pessoais sem fundamento. Neste domingo, 19, a reclusa Andréa Neves, irmã mais velha de Aécio, deu até entrevista para criticar o “baixo nível” dos petistas.

O núcleo político tucano avalia, porém, que não adianta apenas adotar a estratégia de vitimização, bastante usada por Marina Silva (PSB) no 1.º turno.

Apesar dos constantes apelos por trégua nos ataques feito por Aécio nos debates de TV, a ordem no comitê é “bateu, levou”. “Tudo depende de como a presidente vai vir nesta reta final. Se ela insistir nas agressões, terá uma resposta à altura”, diz o senador José Agripino (DEM-RN), coordenador geral da campanha.

Apesar da preocupação com o desgaste do embate frontal com Dilma que pode empurrar votos antipetistas para o campo “nulo”, o estafe do tucano está reunindo munição para a batalha.

Um deles é o fato de Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, ex-marido da presidente, ter trabalhado como funcionário comissionado da prefeitura de Belo Horizonte na gestão de Fernando Pimentel, que também empregou Igor Rousseff, irmão de Dilma. As críticas mais incisivas serão feitas pelo rádio, onde há menos exposição da coligação. Já a TV será usada para os ataques institucionais – ou seja, críticas à gestão.

( Diário de Pernambuco )