Amigos e amigas deste FAROL, saúde e paz!

Pela primeira vez, nestes dois anos de trabalho do FAROL, vamos começar o dia com um editorial e não com um fato noticioso. Mas tudo tem seus motivos. No final da tarde desta quinta-feira (6) recebi um telefonema não muito amistoso da gestora do Hospital Regional Agamenon Magalhães (Hospam), Karla Millene, que em tom bastante elevado, e sem me deixar falar, disparou:

“Giovanni, você é um tendencioso. Não gostei da sua matéria e muito menos do título que você colocou. Seu tendecioso. Faz favor de não ligar mais para mim quando for fazer matérias sobre o hospital e nem se preocupe mais em querer escutar a direção”, esbravejou Millene, num gesto de total desatino. Confesso que fiquei surpreso com tamanha histeria da gestora, que pensava ser uma pessoa mais equilibrada com relação ao trato com a imprensa e às críticas.

Karla Millene ficou desequilibrada após a matéria que postamos sobre o drama vivido pela mãe Michelle Andrade, e a sua filha, a pequena Laura Maria, de apenas oito meses, que teve que ser internada e por falta de leitos no hospital,  a mãe improvisou colocando a filha no colchão sobre três cadeiras. Antes da notícia ser postada no FAROL a própria mãe assumiu um gesto de rebeldia cívica postando fotos no facebook e mostrando a sua indignação sobre o fato. Alguns companheiros de imprensa seguiram pelo mesmo caminho. Não produziram notícia apenas se limitaram ao popular “copiar-colar”.

Seguindo as regras do bom jornalismo, entrevistamos a dona Michelle Andrade, pedimos autorização para utilizar a fotografia e ouvimos o outro lado. Quem? Karla Millene. Mas ela não gostou do título da matéria! O jornalista Antônio Maria, já declarou que “escrever é equilibrar-se num fio de navalha”. Quem saiu ferido com a manchete a seguir? “Hospam: Às vésperas de visita de secretário; negligência choca população”. Se a diretora não ficou chocada com a foto, então assumo o rótulo de tendencioso.

Não escrevo manchetes ou reportagens para o agrado de quem quer que seja. Minha preocupação é com a informação. Prefiro seguir a tendência dos que não têm voz nem vez, a tendência do povo, do que servir como correia de transmissão de um sistema público de saúde falido e desumano. E que alguns ainda acreditam que é uma maravilha. E tenho dito!