MORADORES DO CHAMADO NOVO IPSEP DIZEM QUE ESTÃO ABANDONAOS
MORADORES DO CHAMADO NOVO IPSEP DIZEM QUE ESTÃO ABANDONADOS

Fotos: Alejandro García / Farol

O dia a dia não está sendo nada fácil para dezenas de famílias que moram num setor do bairro do Ipsep, em Serra Talhada, popularmente conhecido como “Ipsep novo”. Os moradores acionaram a reportagem do FAROL, nesta sexta-feira (23) para denunciar a situação precária da localidade. Em depoimento à reportagem, moradores reclamam que foram abandonados pela Prefeitura Municipal (PMST) e pela Compesa, responsável pelo abastecimento do bairro.

“Aqui não temos coleta de lixo e nem água de qualidade. O resultado é que o lixo está espalhado pelas ruas e o que sobra são muriçocas e ratos. Um descaso muito grande e a sensação é de total abandono.”, disse a dona de casa Maria José  Francilene, de 52 anos, que tem uma filha morando na Rua Professor Laércio Pulça. Indignada, dona Maria José dispara: “O prefeito só aparece aqui nas eleições e a situação só faz piorar para a gente. Ninguém olha para a pobreza”, reforçou, reclamando da qualidade da água consumida pela comunidade.

“Quando a gente comprou o lote disseram que a água chegava em 15 dias. Estamos aqui há seis meses e só temos água salgada de um poço que está enferrujando tudo. Não dá para o consumo”, garantiu Maria José, afirmando que por ser tão salgada, a água não pode ser utilizada sequer para lavar roupas.

ANA RENATA: "SÓ VIERAM AQUI NA ÉPOCA DA POLÍTICA. ESTAMOS ABANDONADOS"
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ESCURIDÃO E DESPREZO

Como se não bastasse a falta de coleta de lixo e água de qualidade, os moradores ainda vivem no escuro em pleno século 21. Não há iluminação pública nas ruas.

“Não tem coleta de lixo, mas tem muita escuridão. É lixo, rato, muriçoca e escuridão. Estamos abandonados porque os políticos só aparecem em tempos de eleições. Uma vergonha”, disse Ana Renata da Silva Lima, 42 anos.

O curioso, segundo os moradores, é que apesar das ruas do setor viverem na escuridão total, a taxa de iluminação é cobrada e vai para os cofres da prefeitura. “A Compesa diz que a obrigação não é dela que o loteamento precisa ser regularizado pela prefeitura. Ficam um jogando para o outro e a gente sofrendo. Uma vergonha”, reforçou Ana Renata.

O OUTRO LADO

A reportagem do FAROL foi até o escritório da Compesa, mas não conseguiu conversar com o engenheiro responsável Luciano André. A recepção do órgão disse que o engenheiro estava em reunião. Também em contato com a Secretaria de Serviços Públicos, responsável pela limpeza urbana e iluminação pública das ruas de Serra Talhada, a recepcionista garantiu que o secretário Célio Antunes não se encontrava no local.

 

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