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GILSON PEREIRA

A temperatura esquentou durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Serra Talhada (CMST) nessa segunda-feira (3). Na tribuna, os vereadores Gilson Pereira (PSD) e Leirson Magalhães (PSB) acusaram o prefeito Luciano Duque (PT) de desrespeitar a legislação e trocar uma área pública no bairro do Ipsep, por um apartamento.

“O prefeito não pode fazer o que está fazendo. Não pode trocar uma área pública, que deveria servir para construção de uma praça, posto de saúde por um apartamento. Isso é ridículo, ilegal e imoral. Ele (Duque) está ferindo o artigo 4º parágrafos 1 e 2 da Lei 6.766 sob pena de abuso de autoridade”, disparou Gilson Pereira, alertando a Câmara diante a atitude do prefeito petista.”É o cidadão querendo ser o dono do mundo”, acrescentou.

Leirson
LEIRSON MAGALHÃES

O líder da oposição, Leirson Magalhães, também não se calou e criticou o prefeito. “É um absurdo o que estão fazendo no loteamento mais organizado de Serra Talhada que tem toda a documentação legalizada. Houve uma permuta de uma área pública e já estão construindo casas para revenda. Não pode”, alertou Leirson Magalhães.

“EU SOU O PREFEITO!”

A reportagem do FAROL conversou com o proprietário do loteamento, Francisco de Assis Inácio, que estava presente à sessão ordinária, e também está indignado com a postura do prefeito. Ele revelou que procurou Duque para uma conversa e acabou tendo uma surpresa.

“Quando eu falei com o prefeito, me atendeu e falei que estava surpreso por estar havendo uma exploração imobiliária lá dentro e segundo as pessoas falaram tinha tido autorização dele, e ele (Duque) falou que foi ele mesmo. Eu disse que ele não tem poder para isso, me respondeu dizendo que tem porque é o prefeito”, disse Assis Inácio, rebatendo as declarações de Luciano Duque.

Luciano duque
LUCIANO DUQUE: “O PREFEITO SOU EU”

“Mas não tem, porque lá são áreas destinadas para o município e ele simplesmente mandou que eu falasse com o secretário de Obras Cristiano Menezes). Eu falei e ele (Cristiano) também reconheceu porque eu fui documentado, eu estou fazendo tudo dentro da lei. Estou sendo um grande parceiro com o prefeito, porque é possível. Se fossem aquelas áreas para ser depois comercializada, eu ficaria com elas, mas tem o Art. 17  da lei 6.766 que me proíbe como loteador. Eu não posso fazer e nem posso aceitar isso aí”, reforçou Assis Inácio.

EM BUSCA DE ACORDO

Mesmo achando que Luciano Duque está praticando uma ilegalidade, Francisco de Assis Inácio diz que não pretende ter um confronto com o município. Pelo menos por enquanto. E espera que a administração reconheça o erro.

“Eu gostaria que as pessoas ligadas ao prefeito, que repensassem e que ele mandasse tirar aqueles 10 mil tijolos de lá, que tá criando problema para gente vender e que lá dentro não fosse criada uma mini favelinha, que ele respeitasse a área institucional. Se ele não quiser, a gente pode pedir a reintegração de posse e depois a gente não vai ficar com ela para vender, a gente vai tratar de fazer um projeto social, com participação de patrocínio para realizar aquilo que o prefeito não pode fazer, ou não quer fazer. Mas não temos interesse que isso aconteça, que afinal de contas, quanto mais ele precisar de ajuda eu vou ajudar. Mas eu não vou fugir do princípio da legalidade”, finalizou.

silêncio+(34)[1]O OUTRO LADO

A reportagem do FAROL fez contato com assessoria de comunicação da Prefeitura de Serra Talhada, via email, mas até o fechamento desta edição (13h42) não recebemos qualquer retorno do governo sobre o assunto.

 

 TERRENO DENUNCIADO PELOS VEREADORES NO IPSEP

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