arcoEra final de tarde deste sábado quando sai para comprar pães numa padaria próxima a minha casa. Tinha caído uns pingos de chuva e a terra exalava aquele cheiro que só ela tem. Meus passos eram lentos, pois o cheiro da terra me confortava.

De repente, me deparei com um belo e inesquecível arco-íris no céu. Maravilhoso. Confesso, que fazia muito tempo que não enxergava tamanha obra natural feita por Deus.

Este reencontro me fez refletir como tão grande é a distância entre o criador e nós, meros mortais, criaturas em expiação. Na minha condição de ser humano, atolado em tecnologias que alimentam o capitalismo, passamos horas a fio conectados e até criamos alguns ‘deuses’: Whatsapp, Instagram, Smartphones, enfim, diante a beleza de um arco-íris, criamos um ‘museu tecnológico’ e passamos a ser servos desta tecnologia.

É mais fácil, na maioria das vezes, ficarmos ‘emparedados’ diante o monitor do smartphone, vasculhando a vida do meu vizinho ou esperando cair a foto do último defunto barbaramente assassinado, do que observar, no céu, o brilho do arco-íris.

Por um momento, tive vergonha por não saber utilizar parte da inteligência que Deus generosamente me concedeu. Tenho sido ingrato. Não tenho tempo, sequer, para agradecer. Com suas cores, o arco-íris me fez enxergar que sou imagem e semelhança divina, e que não estou aqui, na Terra, apenas para fazer três refeições por dia.

Um bom domingo para todos!