Calamidade: Moradores do Ipsep dividem sofrimento e cobram das autoridades

O bairro do Ipsep, em Serra Talhada, foi um dos mais prejudicados com as fortes chuvas que caíram na noite do sábado para o domingo na cidade, causando transtornos irreparáveis que irão marcar para sempre a vida de dezenas de moradores. É grande a comoção e o clima de calamidade pública, já que muitos tiveram casas praticamente destruídas, desabamento de muradas, destruição de móveis, eletrodomésticos e veículos.

Em várias casas, o aguaceiro invadiu os cômodos chegando a ficar a mais de um metro do chão, inundando tudo que viu pela frente e colocando a perder todo o esforço de uma vida. Televisões, camas, guarda-roupas, sofás, motos, geladeiras, micro ondas… Nada sobrou. Apenas a dor e o sofrimento de uma população que segue ainda tentando se recompor sozinha, sem o amparo de qualquer autoridade pública.

Desde o início da manhã, o FAROL tem recebido inúmeras ligações de moradores de diversos bairros (Vila Bela, São Cristovão, Mutirão, Ipsep, Cohab) para registrar o prejuízo causado pelas últimas chuvas. Por parte da população, em muitos dos relatos, fica evidente a indignação, principalmente, pela falta de estrutura das ruas da cidade, que estão facilitando o escoamento das águas para dentro das casas.

SALVOS PELOS VIZINHOS

Em um dos relatos, a família do moto-taxista Cícero dos Santos passou por momentos de desespero quando o aguaceiro invadiu a residência onde mora, localizada na Rua Projetada I, no Ipsep. Misturada com lama e lixo, uma enxurrada derrubou o muro do quintal invadindo todos os cômodos. Eles contam que, por conta do grande volume que chegou a atingir as tomadas, estava passando corrente de energia na água. Levando choques, eles conseguiram salvar a própria vida com a ajuda dos vizinhos. Os bombeiros foram acionados, mas não chegaram a tempo.

“Perdi tudo. Não sobrou nada e por sorte não morri. Estou só com a roupa do corpo e não perdi a minha moto porque ela ficou enganchada na enxurrada. De repente a água foi subindo, as paredes dando choque… foi um inferno”, declarou.  De acordo com Cícero dos Santos, a obra que foi feita por um lava-jato no bairro, de forma irregular, acabou impedindo o escoamento. O lava-jato fica atrás da casa dele.”A prefeitura é também culpada por que deixou este lava-jato funcionar da forma errada como está”.